Leia originalmente em Finsiders Brasil
Enquanto o Garantido não vem, parcelado vem substituir a modalidade que foi anunciada com o lançamento do próprio Pix, em 2020
Quem não tem garantido vai de parcelado. Anunciado como novidade próxima no lançamento do arranjo de pagamentos Pix em novembro de 2020, o Pix Garantido parece ter perdido a vez na esteira de lançamentos do Banco Central. O produto até chegou a ganhar destaque como alternativa com o fim do rotativo do cartão de crédito, que não foi para frente, mas logo voltou às sombras.
Hoje, o BC diz apenas que “não há previsão de lançamento”. “Nada impede que os bancos, desde já, ofereçam crédito e a possibilidade de pagamento em parcelas com o Pix aos seus clientes. É um produto de cada banco”, completa, por nota. E é exatamente isso que o setor tem feito, com o nome Pix Parcelado.
No desenho original do Banco Central, a transação dispensa intermediários e verificação de crédito. As parcelas são descontadas mês a mês do saldo da conta do cliente, com débito automático, e quem assume o risco de inadimplência é a instituição financeira do pagador.
Conforme Alexandre Toledo, gerente e especialista do setor bancário da Peers Consulting + Technology, o custo de transação cai para o lojista, porque o Garantido tira a bandeira do meio do caminho. A parcela mais pobre da população se beneficia ao passo que passa a ter acesso ao parcelamento de compras.
Ainda de acordo com Alexandre, os benefícios dados pelos cartões a clientes de alta renda (cashback e milhas entre eles) devem fazer com que o Pix Parcelado tenha mais adesão entre as classes mais baixas, que já não contam com esse tipo de recompensa pelo uso do cartão de crédito em pouco volume.
O Pix Garantido vai no mesmo alvo que o parcelado sem juros, que é pagar para o lojista em muitas vezes sem taxa. Porém, no Pix Parcelado que está no mercado, a modalidade varia para parcelar as compras com o pagamento no Pix.
“Hoje, você tem os bancos que oferecem linhas de crédito para financiar a transferência”, aponta Alexandre. Nos casos dos bancos Santander, Itaú e Banco do Brasil, há cobrança de juros e incidência de IOF.
Compre agora, pague depois
No caso das fintechs, há quem ofereça pequenas linhas de crédito na modalidade BNPL (buy now, pay later) sem juros, que Alexandre resume como “crediários virtuais”.
É o caso das fintechs Koin, Drip e Pagaleve. Mas há restrições importantes: só podem ser contratadas como meio de pagamento em lojas parceiras, o que restringe aos convênios estabelecidos.
Apesar disso, o futuro parece promissor. Um estudo publicado em abril pelo banco americano Morgan Stanley coloca o BNPL como o método de pagamento que mais cresce no Brasil.
Outro estudo, desta vez da consultoria GMattos em parceria com a Pagaleve mostrou que a aceitação nos e-commerces brasileiros para o BNPL, com o Pix Parcelado incluído, cresce mês após mês, com a máxima histórica registrada em maio deste ano, com 42,4% de aceitação. A previsão da consultoria é de que, em breve, o método de pagamento se torne o 3º entre os preferidos dos consumidores, ultrapassando o boleto.