Artigos

Compartilhe

Entenda a análise Make or Buy e tome decisões estratégicas

Make or Buy: Como decidir entre produzir internamente ou terceirizar

Decidir entre fazer ou comprar é um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas. Assim sendo, o entendimento dos fatores que mais afetam essas decisões é primordial para a construção de uma jornada mais assertiva que gere bons dividendos no longo-prazo.

A maior das competências de um negócio é a capacidade de criar e gerenciar novas habilidades paralelamente à geração contínua de valor. Assim sendo, uma das habilidades estratégicas mais importantes em um negócio é saber decidir entre fazer ou comprar. 

Esse dilema é conhecido globalmente como Make or Buy e carrega implicações importantes em termos de estratégia, eficiência operacional e sustentabilidade financeira de qualquer negócio. Entenda melhor sobre o conceito a seguir!

 

O que é uma estratégia Make or Buy?

A estratégia “make or buy” é uma abordagem que ajuda as empresas a decidirem se devem produzir internamente um bem ou serviço ou adquirir de fornecedores externos. 

Essa análise inclui a avaliação de custos, qualidade, prazo de entrega e riscos associados a cada opção. Além dos aspectos financeiros, a decisão “make or buy” leva em consideração o impacto estratégico que a escolha terá sobre a organização.

Por exemplo: empresas que valorizam controle e customização podem preferir manter a produção interna, garantindo assim a conformidade com seus padrões de qualidade. 

Por outro lado, a terceirização pode ser vantajosa quando se busca reduzir custos fixos, ampliar a flexibilidade e se adaptar rapidamente às mudanças do mercado.

O “make or buy” pode variar muito conforme o setor. Indústrias de manufatura, como a automotiva, frequentemente enfrentam essa decisão, ponderando entre fabricar peças internamente ou comprar de fornecedores. 

No setor de tecnologia, a análise “make or buy” é crucial para decidir se uma empresa desenvolverá uma solução de software própria ou usará uma plataforma de terceiros.

Leia também: Planejamento Estratégico: Transformando planos em ações concretas.

 

Qual o ponto de partida ideal para se definir uma estratégia de Make or Buy?

A história corporativa é repleta de grandes sucessos e grandes perdas que foram originadas a partir de uma decisão de “make or buy”. 

A Microsoft e a Intel, por exemplo, ganharam notoriedade e escala a partir do momento em que a IBM decidiu que o sistema operacional e a unidade central de processamento (CPU) para linha de computadores pessoais seriam contratados, em vez de desenvolvidos internamente. 

A IBM, por sua vez, perdeu dezenas de bilhões de dólares em valor de mercado em decorrência do caminho escolhido. Por isso, é fundamental entender quais fatores devem ser observados para otimização dessas decisões.

Como a definição da estratégia de Make or Buy deve estar sempre alinhada aos objetivos da companhia, ter clareza quanto a esses objetivos é um ponto de partida essencial. 

Objetivos como o aumento da margem do negócio, a obtenção de maior controle da cadeia de suprimentos ou a criação de novas barreiras de entrada a competidores são exemplos de objetivos estratégicos distintos que demandam diferentes estratégiash .

Uma vez que há clareza em relação aos objetivos estratégicos do negócio, a elaboração da estratégia pode ser construída com a definição de pilares estratégicos qualitativos e quantitativos.

 

Pilares qualitativos:

  • O nível de controle sobre a qualidade do produto e do processo
  • O conhecimento técnico e expertise sobre o processo produtivo
  • A flexibilidade para internalizar a produção e seu impacto sobre as operações
  • As relações de longo prazo e parcerias estratégicas

 

Pilares quantitativos:

  • O custo de aquisição de matéria-prima, produção, transporte, armazenagem e distribuição
  • O potencial de ganhos financeiros
  • A capacidade produtiva
  • A capacidade dos fornecedores
  • A disponibilidade de recursos como mão-de-obra, estações de trabalho, espaço físico, etc.

 

Uma avaliação de alinhamento estratégico envolve ainda definir e responder a questionamentos que validam a coerência e sinergia de atividades da cadeia de valor com a estratégia do negócio. 

Empresas possuem recursos limitados, logo, a priorização dos recursos envolve decidir quais atividades devem estar sob controle direto da empresa e quais podem ser compradas. Essa priorização deve estar alinhada aos objetivos da empresa, sua proposição de valor e sua direção estratégica como um todo. 

Ainda, deve-se levar em consideração as tendências de evolução e desenvolvimentos futuros do setor em que a empresa atua.

 

Como a estratégia Make or Buy apoiará os objetivos estratégicos do negócio?

Dentre os diversos fatores a serem avaliados para uma decisão de “make or buy” assertiva, destacam-se custos, cadeia de suprimentos, tecnologia, produção e operações.

 

Custos

Em termos de avaliação de custos, é fundamental avaliar se há oportunidade de redução de custos. Para tal, é importante avaliar onde há sinergia com o negócio. 

Ao optar por “make”, a empresa pode aproveitar sua experiência interna, conhecimento e controle sobre o processo de fabricação, o que pode resultar em economias de escala e eficiência operacional. 

Por outro lado, ao escolher “buy”, a empresa pode economizar em custos fixos, como instalações e mão-de-obra especializada, e se concentrar em suas principais competências, deixando atividades não essenciais para fornecedores especializados.

 

Tecnologia

Diante de uma oportunidade de compra ou venda, é importante identificar se há possibilidade de estabelecer novos padrões de inovação do modelo de negócios e do mercado. 

Ainda, deve-se avaliar se há capacidade e habilidades para operar novas tecnologias e gerar sinergias positivas com as habilidades e capacidades já existentes. 

Optar por “buy” proporciona acesso a tecnologias de ponta por meio de fornecedores especializados, reduz riscos tecnológicos, aumenta a flexibilidade e permite a alocação de mais recursos para inovação. 

Ao externalizar certas atividades tecnológicas, as empresas podem se concentrar em áreas-chave de competência, melhorando sua competitividade e agilidade no mercado. 

Quando a empresa opta por “make”, a organização tem maior controle sobre o desenvolvimento tecnológico interno, permitindo a personalização e adaptação precisa às necessidades específicas do negócio. 

Isso pode levar a inovações únicas e um profundo conhecimento do processo, resultando em vantagens competitivas sustentáveis a longo prazo ao abrir possibilidades de criação de novos padrões de mercado.

 

Cadeia de suprimentos

Uma cadeia de suprimentos eficaz e bem estruturada pode ser uma vantagem competitiva importante para o negócio. Assim, deve-se avaliar, por exemplo, qual será o impacto em termos de confiabilidade da cadeia diante da oportunidade de “make” or “buy”. 

Ainda, deve-se entender se será possível reduzir o leadtime, ganhando mais eficiência em níveis de estoque e giro e criando a possibilidade de melhorar diretamente a margem do negócio. 

Optar por “make” envolve a produção interna, o que pode permitir um maior controle sobre a qualidade, prazos e eficiência da cadeia de suprimentos. No entanto, isso também pode aumentar a complexidade e os custos de gerenciamento. 

Por outro lado, optar por “buy” pode simplificar a cadeia de suprimentos, reduzindo a necessidade de gerenciar processos de produção, mas requer uma seleção criteriosa de fornecedores confiáveis e uma forte gestão de relacionamento para garantir um suprimento consistente e de qualidade.

 

Produção

A estratégia “make or buy” tem um impacto significativo na produção e manufatura, afetando a capacidade produtiva e os ganhos de escala. 

Optar por “make” envolve a produção interna, onde a empresa mantém o controle direto sobre o processo de fabricação e tem a capacidade de adaptar a produção de acordo com as demandas. 

Isso pode ser vantajoso para atender a necessidades específicas e garantir qualidade, mas também requer investimento em infraestrutura e recursos. Por outro lado, optar por “buy” significa adquirir produtos ou componentes de fornecedores externos, muitas vezes aproveitando suas economias de escala. 

Isso pode resultar em custos mais baixos de produção devido à capacidade do fornecedor de produzir em grandes volumes, mas pode envolver a dependência de terceiros e possíveis desafios de qualidade e logística.

 

Operações

A estratégia “make or buy” tem um impacto profundo nas operações, notadamente na engenharia e no controle de qualidade. 

Optar por “make” oferece à empresa controle direto sobre a engenharia e a qualidade, permitindo personalização precisa, mas requer investimentos significativos e acarreta riscos de gestão. 

Por outro lado, a opção “buy” aproveita a experiência e eficiência de terceiros, mas exige uma sólida gestão de fornecedores para manter os padrões de qualidade desejados.

Veja também: Qual dessas 5 estratégias de crescimento se enquadra melhor para o seu negócio? 

 

Afinal, qual o melhor caminho a percorrer?

Uma análise completa, técnica, alinhada à estratégia do negócio e às tendências do setor tende a contribuir para que as chances de sucesso sejam maiores. 

Os cases de sucesso demonstram que é possível obter excelente retorno ao negócio tanto em operações de “make” quanto em operações de “buy”. 

Neste contexto, é importante conhecer os fatores chave que levam a decisões assertivas em cada cenário. Abaixo alguns exemplos de sucesso de implementações “make” e de “buy”:

Casos de sucesso – “make” https://peers-elementor.htc.inf.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2024/02/Imagem4-1.png.webp

Casos de sucesso – “buy”: https://peers-elementor.htc.inf.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2024/02/Imagem5.png.webp 

 

Como a Peers pode orientar nessa tomada de decisões?

Aqui na Peers oferecemos uma abordagem personalizada para ajudar empresas a realizarem uma análise Make or Buy eficiente e estratégica. 

Com nossa solução de Strategy + M&A, utilizamos metodologias avançadas e conhecimento profundo de mercado, auxiliando organizações a mapear todos os fatores críticos dessa decisão. 

Desde a avaliação financeira detalhada até a análise de fornecedores, fornecemos dados e insights para que cada escolha seja bem fundamentada.

Uma das ferramentas essenciais que empregamos é a simulação de cenários. Essa técnica permite que as empresas vejam os possíveis resultados da produção interna versus terceirização em diferentes condições de mercado. 

Assim, nós da Peers também oferecemos suporte na análise de riscos e benefícios a longo prazo, permitindo que as empresas compreendam como cada decisão pode impactar sua competitividade e crescimento.

 

Conclusão

A decisão entre a estratégia Make or Buy é crucial para o sucesso de uma empresa no longo prazo e depende do alinhamento estratégico com seus objetivos e competências centrais. 

Ao avaliar essa escolha, é fundamental considerar uma variedade de critérios de avaliação incluindo custos, cadeia de suprimentos, tecnologia, produção e manufatura, bem como operações.

É importante reconhecer que não há uma abordagem única que sirva para todas as situações, e o sucesso ou a falha dessa decisão pode variar dependendo das circunstâncias específicas da empresa e do mercado em que atua. 

Portanto, a escolha ideal requer uma análise cuidadosa e uma compreensão profunda das implicações em todas as áreas-chave do negócio.

Gostou deste conteúdo? Então, confira tudo sobre Estratégia Go to Market: etapas e métricas!

 

Compartilhe